domingo, 29 de novembro de 2015

VIVER


Dia de Outono, tépido e dourado,
Vai agora sereno declinando
e é já quase no fim.
Ali no monte, alguém trabalha, e tem companheira.
Vergam o vime em murmúrio brando
em que há o prazer, é divino
entre essas mãos que os entrelaçam,
E que tremem de enlevo e de ternura
e que se tocam e
vão formar um berço pequenino…
Suave a tarde desce,
o perfume do campo suaviza-se
e na paz envolvente que emana
de tudo o que os rodeia,
parece haver doçura quase humana
que os penetra e enleia e
vejo  sorriso nos seus olhos,
E são felizes…da felicidade
daquela felicidade tão dificil
Dos que sofreram, dos que não conhecem a dor,
Nem a saudade
e ri ligeira, sem dar peso à vida.

Aníbal de Oliveira


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

POEMA


Chegou o amor aos olhos, as lentes
da máquina silenciam-no, a lágrima
entre o olhar e o olho da Canon
Não.
As crianças não sabiam que são o reino dos céus.
E brincavam descalças como os anjos,
a levantar o pó da alegria
mesmos estas, pobres perpétuos.
Mas não brincavam em becos,
porém onde o vento, a perder de vista,
se estendia.


22-05-2015
© João Tomaz Parreira

(Fotografia do autor, 1969, numa das sanzalas de HC )