cais
com quantas pedras se constrói um cais
para que me sossegue a alma e sinta
que chego à casa pronta para a paciência
dos dias que sobejam do futuro
com quantas pedras se constrói uma cidade
com casas dentro e gente que me fale
a língua do meu ventre mãe, e diga
que esse lugar nasceu para que eu escreva
além da geografia desenhada
nos mapas da vida vadiagem
o sangue que me ria pelo tempo.
buscasse eu a memória com a mesma
limpidez com que escrevo o silêncio dos lábios
faria da palavras um cais de remanso
ou outro romance da imaginação.
Jose Felix
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