a fala do silêncio
tenho a água que me resta
da sede que me coube em partilha.
cada gota na língua é um nódulo
íngua de ferida que renasce
em cada limo.
pertence-me esta sede, benévola
liturgicamente guardada no pólen
dos lábios, na fala do silêncio mais íntimo
onde a humidade afaga o húmus
o fogo da semente da primeira palavra
Sem comentários:
Enviar um comentário