Deixo-vos
um pequeno escrito que fiz ao crepúsculo num dia de caça aos patos
junto a uma charca onde também o gado ia beber algures no Baixo
Alentejo. Verão quente de 2005.
Aqueles olhos aproximam-se e passam
Vem vagamente
Vem levemente, perdidos, talvez.
Trazem os montes nus,
Trazem as árvores próximas,
Fazem dos campos os campos que vejo,
procuram coisas em vão,
Buscam o pasto que é pão.
Lambida a terra queimada
Não há no campo o verde verde,
Não há pão não há nada.
Em volta do bebedouro
Que é sempre o seu tesouro
Anda perdida a manada.
A terra está esventrada,
Seca, febril, sem germinar,
A terra está cansada,
Já não pode dar nada.
A manada está a chorar
Luis Faria Costa
sábado, 23 de novembro de 2013
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
NA JANELA DA CASA - de José Felix
na janela
da casa
para alimentar as oscilantes folhagens da voz
Fernando Esteves Pinto(1)
na janela da casa
abro o coração da árvore.
guio a seiva no tronco
rio submerso no chão que habito.
nas margens planto nervuras e bainhas
da nova habitação
lábil no pecíolo das folhas
páginas de tempo medido no parapeito das circunstâncias.
há, mesmo assim, uma voz no fio-de-prumo
que nivela a parede.
inédito de josé félix
para alimentar as oscilantes folhagens da voz
Fernando Esteves Pinto(1)
na janela da casa
abro o coração da árvore.
guio a seiva no tronco
rio submerso no chão que habito.
nas margens planto nervuras e bainhas
da nova habitação
lábil no pecíolo das folhas
páginas de tempo medido no parapeito das circunstâncias.
há, mesmo assim, uma voz no fio-de-prumo
que nivela a parede.
inédito de josé félix
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
VOZES AMIGAS
Bem
no alto da serra de Montesinho, onde o silêncio só era interrompido
pelo som da chuva que caía abundantemente , lembrei- me de todos vós
meus companheiros.
Como se aproxima mais um encontro do saudoso
AB4, saiu-me isto! Se tiverem paciência de me ler, já me sinto bem com
este meu esforço .
Sábado, 2 de Novembro 3013.
VOZES AMIGAS
Ouço as vozes tão perto e tão distantes,
Que me chegam repletas de amizade ,
A despertar em mim uma saudade
Cujo pungir eu não sentia antes.
Batem os corações mais anelantes,
Que aliviam minha alma em ansiedade,
E suavizam a dura soledade,
Em noites preguiçosas , fatigantes.
E pra além da distância no espaço
Acompanha-me sempre o vosso abraço
Refeito de calor e simpatia.
Ó amigos que amo e compreendo!
Também eu, tantas vezes, vos relembro
Em horas de tristeza e alegria .
Júlio Corredeira
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