um olhar simples
afago as pedras rútilas.
acendem a memória desavinda
na textura da terra, na caligrafia das plantas.
o mar olha na morte
do sol
e uma sílaba brinca nos dedos
o declive da frase em combustão.
visão perpétua da luz
na aproximação do que se deseja
um deus ou tudo e nada.
é ter na pele da coisa impossível,
a brisa da palavra acesa.
um olhar simples, a erva em descanso,
acaricia o modo e o tempo
da chama no relâmpago dos lábios.