sexta-feira, 27 de dezembro de 2013


um olhar simples


afago as pedras rútilas.
acendem a memória desavinda
na textura da terra, na caligrafia das plantas.


o mar olha na morte do sol


e uma sílaba brinca nos dedos
o declive da frase em combustão.
visão perpétua da luz
na aproximação do que se deseja



um deus ou tudo e nada.
é ter na pele da coisa impossível,
a brisa da palavra acesa.



um olhar simples, a erva em descanso,
acaricia o modo e o tempo
da chama no relâmpago dos lábios.


josé félix

sábado, 21 de dezembro de 2013

NATAL É QUASE

 
Perdoem-me o meu christmas card, sobre o Natal do hábito, mas continuo a pensar o mesmo que em 2005, na noite em que escrevi este breve poema:

Natal é quase

O Natal é quase a cinza
da lareira,
o Natal
é comido à roda de uma mesa,
apenas as crianças
salvam o Natal,
aprendem a soletrar
a sua nova prenda.
©

24-12-2005
João Tomaz Parreira

(Crédito da imagem: Desert-rose)