sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014


ERGUE-TE IRMÃO


Ergue-te ,irmão ,que choras ,esquecido,
Esse abandono a esmagar-te a alma;
Não há noite sombria sem uma alva
Nem um dia sem outro já vivido.

Olha esse campo agora tão florido,
Essa planície há pouco agreste e calva,
E agora sorridente, pura e calma
Como Éden que volta renascido!

Enfrenta a injustiça, espesso muro,
Que te barra, sem tréguas o futuro
Coberto de miséria e ansiedade .

Agarra o escudo, empunha a recta lança ,
Símbolos da justiça e da esp,rança,
E conquista uma vida em liberdade.

Júlio Curredeira

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014


O SÓTÃO


Entrar com os olhos muito abertos
porque a luz se esconde
atrás do pó, das coisas
que esquecemos, alguma há-de
ser a nossa infância, trará sapatinhos
de verniz, um laço
dos casamentos das tias
uma tabuada com as contas
furadas de um dos filhos
cadernos com línguas estranhas
um Ferrari
repentino sem uma roda
uma subida até ao Himalaia
de uma teia de aranha remendada
Por que será que o sótão
está sempre no derradeiro andar da vida?



2013
© João Tomaz Parreira