Dia de Outono, tépido e dourado,
Vai agora sereno declinando
e é já quase no fim.
Ali no monte, alguém trabalha, e tem companheira.
Vergam o vime em murmúrio brando
em que há o prazer, é divino
entre essas mãos que os entrelaçam,
E que tremem de enlevo e de ternura
e que se tocam e
vão formar um berço pequenino…
Suave a tarde desce,
o perfume do campo suaviza-se
e na paz envolvente que emana
de tudo o que os rodeia,
parece haver doçura quase humana
que os penetra e enleia e
vejo sorriso nos seus olhos,
E são felizes…da felicidade
daquela felicidade tão dificil
Dos que sofreram, dos que não conhecem a dor,
Nem a saudade
e ri ligeira, sem dar peso à vida.
Aníbal de Oliveira
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