segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A VOZ DA ALMA


Sentado. Ante meus olhos só o mar
Plano e calmo num dia sonolento ;
Não se ouvia sequer gemer o vento
Nem havia gaivotas a voar.
E não sei se acordado se a sonhar
Vogava sem destino o pensamento
Por mundos onde tudo é movimento,
Sem ponto que me possa nortear.
Voltei da minha ausência; e já desperto
Batida pela aragem,ali bem perto,
Baloiçava uma rosa num jardim.
E ao perguntar se aquela dança em cor
Era estranha mensagem, disse a flor:
"Aquela que desejas ver em mim"...


Julio Corredeira

2 comentários:

  1. Mais uma das tuas obras que nos fazem pensar e voar em pensamento.
    Grande abraço!

    Sérgio Durães
    OPC1/68

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  2. Faz-me lembrar o meu vizinho Afonso Lopes Vieira. Defronte, para o mar de S. Pedro de Moel, os pais, compraram-lhe uma casa pertencente aos condes de Vila Real com ligações, à posteriori, aos duques de Caminha. Desta casa, avistando o mar em frente, poetizava, constantemente. Quando se fala do mar, terei de me lembrar destes dois poetas!...Ele, e o velho amigo Júlio Corredeira!

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