Tinham eles vinte anos
Os amores de tanta gente
Fosse ele um amor qualquer
Havia sempre uma mulher
A chorar constantemente
Tinham eles vinte anos
Os rapazes da minha terra
Com sonhos no peito ardendo
Foram pela Pátria morrendo
Foram mandados para a guerra
Tinham eles vinte anos
Rapazes do meu País
São homens rindo e chorando
Que o silêncio vão suportando
De uma guerra que ninguém quis!
Têm muito mais que vinte anos
Têm muito mais que desenganos
E ninguém sabe quem eles são
Não sabem quantos estilhaços
Lhes corta a alma em pedaços
E lhes magoa o coração
São eles heróis sem escolta
Numa Pátria a apodrecer
E eu só quero gritar a revolta
Daqueles que nem querem saber
E se este canto é em alta voz
Foi porque deus assim quis
Que jamais nenhum de nós
Esqueça os “rapazes” do meu País
De:
Loureiro, Lurdes (2005/2006), O bate estradas, ano 4, nº 28, Dez./ Jan.
Loureiro, Lurdes (2005/2006), O bate estradas, ano 4, nº 28, Dez./ Jan.
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