sábado, 24 de dezembro de 2016
NOITE DE NATAL
A minha singela homenagem ao Natal da esperança!
NOITE DE NATAL
Só! Absolutamente só, à mesa.
Parentes e amigos tão dispersos,
Levados por destinos bem diversos ,
Comungam na alegria e na tristeza.
A noite fria, de chuvisco e vento,
Escuta, no silêncio, as orações
E o eco longínquo de canções
A evocar de Cristo o nascimento.
Mas na tela da minha fantasia,
Vejo agora, em minha companhia ,
Os amigos distantes e os parentes.
E contemplo também esse caudal
De tantos para os quais não há Natal
Sobretudo famintos e doentes!...
J.C.
domingo, 18 de dezembro de 2016
O ADVENTO
Houve Dezembros que deveriam ter
ficado pelo meio, sem dias 25, nem preces
de Advento no século passado. O Natal
não combina com Auschwitz-Birkenau.
Poucos procuravam Deus nas campinas
de Auschwitz, quando os cordeiros seguiam
para os fornos e a noite de Natal tombava
como cinza sobre arame farpado
e a neve nos pinheiros
tinha maior peso específico que as luzes.
Houve Dezembros em que Jesus
não nascia ou se nascia
ficava ao colo dos irmãos a esperar nada.
ficado pelo meio, sem dias 25, nem preces
de Advento no século passado. O Natal
não combina com Auschwitz-Birkenau.
Poucos procuravam Deus nas campinas
de Auschwitz, quando os cordeiros seguiam
para os fornos e a noite de Natal tombava
como cinza sobre arame farpado
e a neve nos pinheiros
tinha maior peso específico que as luzes.
Houve Dezembros em que Jesus
não nascia ou se nascia
ficava ao colo dos irmãos a esperar nada.
10-12-2016
© João Tomaz Parreira
© João Tomaz Parreira
domingo, 11 de dezembro de 2016
IMBRÓGLIO
Este "país"azarado,
defunto da incompetência,
mata a fome,
com futebol e fado.
respira saúde na aparência!
defunto da incompetência,
mata a fome,
com futebol e fado.
respira saúde na aparência!
Este "país" azarado,
onde a felicidade é dor,
tem um caso...
vitória de um derrotado,
derrota de um vencedor!
onde a felicidade é dor,
tem um caso...
vitória de um derrotado,
derrota de um vencedor!
J.C.
domingo, 4 de dezembro de 2016
À SOMBRA DOS CAVALOS
nasci há 4.500 anos em almendres
e no cobre do tempo temperei
o vaso e a espada, que desenhei
para defender dos inimigos o meu clã.
orávamos palavras incompreensíveis
para o rumor das árvores em dias
de ventania. risquei sóis e bucrânios
com litos do xamã ouvindo cantos
de zambujeiro, fúnebres, iguais
à fala para a morte de um imberbe.
na paciência dos dias tive a mulher
que me coube pelo poder do braço
até que um homem novo ma tirou
e senhor do poder de ler os sinais
incendiou o meu coração.
quando fui para longe
recolhi-me na gruta do escoural
e adormeci à sombra dos cavalos.
e no cobre do tempo temperei
o vaso e a espada, que desenhei
para defender dos inimigos o meu clã.
orávamos palavras incompreensíveis
para o rumor das árvores em dias
de ventania. risquei sóis e bucrânios
com litos do xamã ouvindo cantos
de zambujeiro, fúnebres, iguais
à fala para a morte de um imberbe.
na paciência dos dias tive a mulher
que me coube pelo poder do braço
até que um homem novo ma tirou
e senhor do poder de ler os sinais
incendiou o meu coração.
quando fui para longe
recolhi-me na gruta do escoural
e adormeci à sombra dos cavalos.
josé félix
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