domingo, 17 de fevereiro de 2019
VOAR
VOAR-ou meditação de liberdade
(Aos cretinos do lápis azul)
Passam aves em bando p’los ínvios espaços
Sem estrada ou caminho a indicar a meta
E na amplidão dos céus não se vê uma seta
E nem sequer de noite há luminosos traços.
E lá seguem voando em dias de sol ou baços
Com asas bem mais fortes que as do preso de Creta,
Herói lendário que ainda hoje me afecta
Quando tentou ser livre mas com meios escassos.
E para onde irão esses bandos de aves
Em voo tão seguro com asas suaves
Conversando entre si com instintivos pios?...
Como eu gostaria de as acompanhar
Olhando a imensidão e a fundura do mar
Que bebe com prazer a pura água dos rios!...
Júlio Corredeira
domingo, 10 de fevereiro de 2019
IRREGULAR ODE AO ÓDIO
Houve estranhos frutos nos ramos
A balançar
Na brisa do Mississippi
Houve sangue nos olhos e sangue nas raízes
Mais fundas da alma
Cenas de cordeiros mansos guiados por lobos
Nas brisas do Sul, cenas pouco galantes
Fora de tempo, inspiradas de longe
Por um Führer louro
Faltará pouco para os alfaiates
Costurarem uma farda preta.
A balançar
Na brisa do Mississippi
Houve sangue nos olhos e sangue nas raízes
Mais fundas da alma
Cenas de cordeiros mansos guiados por lobos
Nas brisas do Sul, cenas pouco galantes
Fora de tempo, inspiradas de longe
Por um Führer louro
Faltará pouco para os alfaiates
Costurarem uma farda preta.
15/08/2017
© João Tomaz Parreira
© João Tomaz Parreira
domingo, 3 de fevereiro de 2019
POEMA DA NOITE
a luz. a noite. a palavra pedra
na iluminação escura do caminho.
prende-se a voz nas fragas transmontanas,
na sombra dos duendes e na sombra
das outras sombras que caminham sós
em nocturnais conversas, fantasias
de outras realidades consentidas.
destinos são caminhos programados
na luz escura dos desejos que
sombreiam águas, também margens secas
que suportando o leito da viagem
cansam chegadas numa sede calma.
as pedras no caminho são sinais
das luzes mais intensas da jornada.
na iluminação escura do caminho.
prende-se a voz nas fragas transmontanas,
na sombra dos duendes e na sombra
das outras sombras que caminham sós
em nocturnais conversas, fantasias
de outras realidades consentidas.
destinos são caminhos programados
na luz escura dos desejos que
sombreiam águas, também margens secas
que suportando o leito da viagem
cansam chegadas numa sede calma.
as pedras no caminho são sinais
das luzes mais intensas da jornada.
josé félix
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