domingo, 17 de fevereiro de 2019

VOAR


VOAR-ou meditação de liberdade
(Aos cretinos do lápis azul)

Passam aves em bando p’los ínvios espaços 
Sem estrada ou caminho a indicar a meta
E na amplidão dos céus não se vê uma seta
E nem sequer de noite há luminosos traços.

E lá seguem voando em dias de sol ou baços
Com asas bem mais fortes que as do preso de Creta,
Herói lendário que ainda hoje me afecta
Quando tentou ser livre mas com meios escassos.

E para onde irão esses bandos de aves
Em voo tão seguro com asas suaves
Conversando entre si com instintivos pios?...

Como eu gostaria de as acompanhar
Olhando a imensidão e a fundura do mar
Que bebe com prazer a pura água dos rios!...


Júlio Corredeira

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