domingo, 30 de junho de 2019

SELVAGEM E TERNA RAPARIGA COM GALINHA, 1900


A ternura da rapariga do campo com uma galinha
Com os cabelos como um arbusto silvestre
Mas não é só isso, é também a tristeza
De amanhecer com roupa velha que repete os dias
E dos dóceis olhos
Distantes do futuro, mas ainda assim
O brilho do silêncio na sua solidão
Como um salgueiro em pé
Com o leve peso da galinha no seu ninho
Como uma branca tenra couve flor firme.
10/10/2018
© João Tomaz Parreira

domingo, 23 de junho de 2019

RECORDAÇÕES


Com a idade avançando
Nossos encontros continuando
As amizades vão perdurando
Nós as vamos alimentando
Almoços vamos organizando
As saudades vamos matando
Nas nossas conversas recordando
E aqueles que partiram lembrando
O Kapeta M.P.

sábado, 15 de junho de 2019

“RACIONAIS”



Pergunto-me há muitos anos
Quem serão os Racionais
Dizem que são os Humanos
Eu, já acreditei mais

Este tema não é fácil
E a resposta também não
Mas mesmo sendo difícil
Tenho a minha opinião

Penso que nós, os Humanos
Não usamos a razão
“Racionalmente”, apressamos
A nossa própria Extinção

Não a nossa unicamente
A extinção será Total
Digam-me lá francamente
Se isto é ser Racional

Tudo em favor do dinheiro
E do grande capital
Ou “Partem”eles primeiro
Ou então, será Fatal

Este é o meu pensamento
Não me quero alongar mais
Do grito, faço um Lamento
Vivam os “Irracionais”

S.Drs

domingo, 9 de junho de 2019

ESPANTO?


Que país é este
que monta ciladas
para cobrar 
tostões
que país é este
que encobre
nomes de mafiosos
devedores de milhões
a culpa não é de governos
ou partidos
muito menos de políticos
mal paridos
a culpa é por inteiro tua
nobre povo
que entregas na boca do lobo
o pão ganho com honra
na calçada gasta da rua
e se por sorte ou razão
o destino te der luz
foge dos renascidos vampiros
como o diabo o fez da cruz👹


Jc

domingo, 2 de junho de 2019

CHOPIN E A MORTE DE UM PAÍS


tenho a vertigem nos lábios
e o sabor da falésia na espera das mãos.
a virtude é uma folha branca
na tosse de chopin
no compasso da polonaise mentindo
o realismo no disfarce romântico do piano.
a morte de um país é mais que uma máscara
pendurada na parede
ao lado de uma flecha e um arco de recordações.
é a perseguição da sombra
uma pedra sem nome
e mesmo que uma tela abarque todos os disfarces
de um pintor escroque
ou um barco navegue todos os mares e rios,
a vertigem tem sempre a dupla visão
do espaço na tentativa de reconstruir
no outro lado da margem uma sabedoria nova
que limpe a água já que a palavra suicida
impossibilita a iluminação das veias.
nem chopin disfarçado de romântico
me tira os estiletes espetados no coração.

josé félix