domingo, 15 de março de 2020

UM DEDO ENTRE OS OLHOS


É no vidro cendrado que descubro
o olhar de sombra
que observa e lê a máscara de ternura
e afaga o lírio morto entre os dedos
Neste cubo fechado andam vultos
que digladiam gestos com as bocas
hiantes de palavras perdulárias
O tempo é o desenho no vidro
que viaja com o sopro da fuligem.

José Félix
2020.1.24

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