artimanha
"No fundo do mar
ninguém escreveu os versos"
nas glaucas águas
adormece
a tábua velha do naufrágio
como um amor que não fenece;
um mito, um conto, um adágio.
madeira idosa do navio,
de um camarote ou de um porão,
mantém a cinza do pavio,
o ardor, o lume da paixão.
revive assim a velha nau
com a palavra semeada,
no fundo do mar sem degrau,
que sobe verso a verso a aguada.
madeira na água sobrevida
com artimanha e nova vida
josé félix
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