domingo, 27 de setembro de 2015

UM SONHO


Sonhei-me a voar,
firmamento...
projecto sem destino certo,
luz da alma em rebuliço
tal qual o pensamento,
da gravidade liberto.
espaço como outrora,
entro em nuvens de linho,
não passou o tempo!...
revejo agora,
azul celeste a recordar
"horizontes de memória",
ondas de montes
no olhar.
vi-me a correr
célere como o vento.
das estrelas fiquei perto,
celebro o cometimento.
acordado entro a decifrar
linguagem estranha.
voo onírico,
abraçar.
esforço inconsciente,
alegria subjacente,
voltar de novo
a voar!!!


JCorredeira

domingo, 20 de setembro de 2015

OS SEM PAPÉIS


Poema escrito em 31/12/2006, quando ainda não se pensava em tragédia

Viajam com as cabeças de fora
cortam a espuma
do vento nas ondas
cortam o rosto com sal
viajam com o corpo
uns dos outros
movem-se
nos olhos
uns dos outros
não perguntes
de onde
vêm
vêm
em direcção a ti-
terra
vêm
como
Ninguém


© João Tomaz Parreira
(Foto da imprensa)

domingo, 13 de setembro de 2015

O SONHO VIVIDO


Asas soltas no espaço, as alturas buscando
És o homem do leme,
o companheiro em quem confio
que vai fazer uma subida brusca.
Grande, no teu desprezo ao mundo miserado
Os píncaros do azul garbosamente buscas.
Voa, corta no céu um rasgo de aventura,
A infinita amplidão daquilo que buscas
Vai subindo, subindo… e nem vaciles quando,
O sol reluzindo, o teu olhar ofusca.

Voa, sobe …e sobe sempre…
E sempre mais alto…e altivo
nem que te percas no alto…

Olímpico, viril sem ter sobressalto,
No supremo desdém, de quem morre sorrindo.
Condutor do Sonho,… do teu …do meu…
Que contigo também vivi esse amor…
Voa, sobe …e sobe sempre…
E sempre mais alto…
Audaz, querendo ter a glória
Subir, subir sempre…
Ascender em busca da tua vitória….
Voar, subir, subir mais, e mesmo assim…
Morrer subindo!...
O céu é o lar, o nosso porto de abrigo!...

Aníbal de Oliveira



domingo, 6 de setembro de 2015