domingo, 29 de setembro de 2019

HÁ DIAS ASSIM!


Chopin - Prelúdio op. 28 Nº24 - canção para amélia
“tem doçura a doce amélia
que no nome pronuncia
o corpo de favos cheio
brotando mel e alegria”
na folha da tua face
vai a minha mão menina
que de um modo tão rapace
de um animal no enlace
solta-se a voz na neblina;
os teus olhos na floreira
são dois botões de camélia
estão ali a vida inteira
como o cacho na videira
‘tem doçura a doce amélia,
na serena idade e grave
plantas um beijo nos lábios
que nem a brisa se atreve
secar um ósculo breve
como disseram os sábios.
pois só assim eu nomeio
a fala que se anuncia
e se me perco no enleio
deixo todo o meu anseio
‘que no nome pronuncia,
de ti bebo a fina água
fonte de todo o início
em ti aqueço a minha frágua
deixando as mágoas à míngua
encher-me de ti é vício.
saboreio-te na gula
és o meu pão, meu recheio
o cereal que tremula
de gesto em gesto se anula
‘o corpo de favos cheio,
no jardim da primavera
és uma flor solitária
prima ballerina vera
sobrevindo da quimera
como sempre imaginária.
do pólen me alimento
e toda a flora anuncia;
és para a ferida unguento
a colmeia do acalento
’brotando mel e alegria,

josé félix

domingo, 22 de setembro de 2019

OLÁ OUTONO!


a folha seguiu o vento
na tibieza do fervor esquecido
mágoa ancorada

em peito dolorido
a razão desconhece
o conhecido
sopram trombetas na luz da fachada
onde o palco deserto
desmerece
já não lembra a urbe da ribalta
guarida de sonhos
lianas envoltas por perto
sibilino espaço de solidão
sem banquete nota-se falta
ambíguo conhecimento
memória sorvida em vão
liberdade em alta
florir o momento
o tempo a fugir dos olhos
os olhos a fugir da mão!
mar imenso
leva-o na crista da vaga
a terra não espera
perfuma seu rosto de incenso
para sempre sem imperativo
foi quimera












Jc

domingo, 15 de setembro de 2019

A PESTE


Esta “Peste” contamina
E nosso povo atravanca
Não é a peste suína
Esta, chama-se Banca

São vampiros sugadores
E não tenham ilusões
A “gamar” são uns doutores
Deixam pra trás os ladrões

Fazem-no com subtileza
Com muitas falinhas mansas
Mas, podem ter a certeza
Eles vão enchendo as “panças”

Dos governos, conivência
Mesmo não sendo total
Dão largas à “pestilência”
Como sendo natural

Se o Povo ficar parado
E nunca fizer questão
Será pra sempre roubado
Nunca lhe darão razão

Se tivéssemos juízes
A “peste” tinha acabado
Não ganharia raízes
Nem haveria um Berardo

Mas aqui neste País
Dito de “brandos costumes”
A “Peste” brota raiz
E todos ficam impunes

Ai Povo, não tens cabeça
Nem sombra do teu legado
Digo, como um dia o Eça,
Gostas de ser Enganado!!


Sergio Durães