Acordo em sobressalto. A noite é fria.
Não cai chuva ou geme o vento
Nas harpas do arvoredo.
Tudo é silêncio!
E o velho relógio, a medo,
Deixou de marcar o tempo.
Olho à volta:
Tudo é noite e tudo é nada.
Não há sul ou norte no olhar
Das estrelas encobertas
E, pareço estar
Em regiões desertas
Sem tempo, estradas, veredas ou sinais --
-- Amplidão em silêncio e nada mais..
Pesadelo dum espírito sem norte
Ou sonho sem nada que sonhar?
Pensamento que vagueia, à sorte.
Por noites cegas, tristes, sem luar?
Não, não é sonho, pesadelo ou fantasia
Porque em minha alma desperta
Uma dor real e certa.
Estranha ansiedade, que eu não sentia.
Amigos, porque me chamais em ânsia
Se eu não consigo vencer essa distância
Para vos estender a mão já tão cansada?!
A. Tormes (JC)
(pseudónimo)
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