sexta-feira, 26 de outubro de 2012

NOITES BRANCAS - por João Tomaz Parreira





NOITES BRANCAS

Um homem e uma mulher encontram-se 
sobre a ponte do Nieva, a noite baloiça
no pináculo dos prédios, no céu

branco, cai, não cai
Encontram-se para uma forma de sonho
para uma forma de amor
que dedilham nas mãos enlaçadas.
22/10/2012
© João Tomaz Parreira 

(uma leitura de "Noites Brancas", de Dostoievski)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

DA INOCÊNCIA DO SONHO por José Felix


da inocência do sonho

Innocent when you dream
Tom Waits
álbum Glitter and Doom (2008)



nas palavras e gestos voam asas

como um homem sem boca anunciasse

um amor casto, e só houvesse na árvore

um par de pássaros sem sexo e lúdico



o canto da ave solitária diz

que a inocência do sono é a mutilação

do sonho cru da mulher inventada

na noite branca, lúbrica, impudica



que sonho e que inocência me afastam

da realidade tridimensional

no tríptico da vida separada?



a árvore sem fruto, o canto surdo

pecado da maçã, o novo éden

o juízo de caim, epifanias



que enfeitam o descanso nu dos mortos



josé félix