domingo, 28 de fevereiro de 2016

O TRISTE BEIJO


Era uma vez um beijo,
Mais ardente do que a lava.
Um dia, de certos lábios
Onde a saudade morava.
Um dia, o alegre beijo partiu
a caminho de umas belas faces para lhes falar de amor,
Na partida ouviu dizer, que a bela a quem se daria
teria a pele suave e mais formosa
que à luz do dia existia.

Lá vem ela!
E mesmo ao longe já lhe adivinha o coração
o palpitar de ansiedade,
Com a pressa de se ir poisar em tão deslumbrante beldade.
Ao curvar-se, galante para a boca rosada….
Que triste decepção,

Quase sufocava entre as nuvens de uma espessa fumarada,
E ao olhar se aquilo é donzela ou não
vê surgir na boca um cigarrito brejeiro
e assim já não entendia,
mas voz era tão feminina,
Que o beijo se apressa a julga-la menina,

Mas não...Mas não.... Mas não…
Seria aquela cabeça de mulher ou de rapaz.?
Que triste decepção

Foge o beijo espavorido
e a todos se foi queixar
de um engano desastroso.
E volta ao ponto de partida
a contar , lamurioso
Aquela donzela tão querida
que apenas estava a fumar
e foi um beijo desolado
Ir tocar nas faces de uma donzela
que mais parecia um varão.
Que triste decepção.

Aníbal de Oliveira






4 comentários:

  1. Grande poeta. Parabéns. Continua continuando a dar ânimo a essa alma de poeta. E, todos os poetas são belíssimas pessoas!...

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  2. Gostei amigo, muito embora isso hoje já seja tão normal como beber um copo de água. Modernices......

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    1. Sérgio,quando foi escrito não havia essas modernices tão visíveis e normais.

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