E há o alarido indiferente Do luxo e da riqueza: E ante este escandaloso esbanjamento, Recrudesce a revolta e o tormento Dos escravos da pobreza... As crianças entram de recolher E adormecem Tantas vezes sem comer. Pouco depois começam a sonhar Com brinquedos, roupas e manjares, Que humedecem seus olhares Ávidos, anelantes. A mão do pai, mirrada e calosa, Afaga a face amorosa De seus filhos ainda tão garotos, Esqueléticos e rotos. E sobre essas crianças inocentes Passam também Os olhos carinhosos dessa mãe Que, naquela hora, reza e chora E cola um beijo humedecido No filho mais tenro Em seu colo adormecido. jc
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