sexta-feira, 26 de março de 2010

O TAXI CORRIDA CONTRA O CAUDAL


O táxi corria contra o caudal


O táxi corria contra o caudal

das ruas, um rio volumoso

saltando das margens, peões

carros febris,

todos os relógios contra o seu.


Chegaram ao Paris Orly. Ainda

com tempo para um fogo

interior, amargo

de um café, como fogueira

no centro de um campo de sonhos.


Quando a última voz chamou

os viajantes para o voo, o adeus

e os beijos morreram nos lábios

e lembram-se da meia-volta final

antes de se tornarem voláteis.


23-12-2006

João Tomaz Parreira

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