domingo, 12 de junho de 2011

O QUE SOU? Por Filipe Raimundo


O que sou?

Tu meu amigo
Que vens não sabes de onde
E vais
Não sabes para onde
Em busca do que não tens…
Permite-me que te acompanhe
Pois também procuro o mesmo.

Eu…camarada
Procuro há muitos milénios
O que sou…e de onde vim.
E tu também és assim…
Tens a condição humana
De nunca estar satisfeito;
E o muito que tens feito
Para te poderes defenir
Só te abre novos abismos
Dde que não podes sair.

Mas não te digo que pares
Na marcha que iniciaste.
Vai…Corre pelas calhas da vida
Que eu correrei a teu lado,
E assim serei mais um louco,
Que o faz para não estar parado.
Farei perguntas aos deuses
Só para não ficar calado,
E sentirei a revolta
De não estar realisado;
E um dia morrerei
Com esta pergunta nos lábios:
O que fui?
Ou: O que sou?
De onde vim?
Para onde vou?
E a resposta não virá.
E tu também morrerás,
E todos hão-de morrer
Sem que venham a saber
O que foram
Ou porque o eram.
E o esforço que fizeram
Não lhes deu compensação.

Por isso presta atenção!
Vive a vida intensamente,
Mas vive-a…Vive-a mesmo!
Vive-a tão ferozmente
Que a sintas dentro de ti
A borbulhar…A ferver.
A vida….Essa vida que medimos
Em séculos ou em segundos
Segundo a pressa que temos,
Essa vida meu amigo,
Essa vida vale a pena ser vivida.
Acredita! Crê em mim
Pois não te estou a mentir.
Viver…meu amigo
Viver é muito mais do que existir.


Fortios, Janeiro de 2011

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