domingo, 10 de janeiro de 2016

A ACUSAÇÃO


Alguém deve ter espreitado a intimidade
Da mulher. Por isso a trouxeram. Há pouco
As mãos estavam prontas
Para o frio das pedras. Agora todas
As palavras morrem, os olhos
Seguem de perto o lirismo do mistério
Que é escrever no chão.
Afinal quem eram? A farsa da justiça?
E pensar que depois disto, vão para suas casas
Para junto da família, beijar
A mãe, a mulher, os filhos, com uma
Consciência que só condena os outros.
- Depois de ouvirem quem atira a pedra, a primeira
A pedra inicial, não há entre todos um homem
Sem pecado que a atire.


19-08-2015
© João Tomaz Parreira

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