domingo, 9 de setembro de 2018

A IDADE DO ESCURO


Como uma criança que pára no ângulo de um quarto escuro
Antes de entrar avalia os ruídos intocáveis, os silêncios
Que podem estar no fundo dos móveis, conhece com a luz
O que as gavetas guardam, mas no escuro outros receios
Vêm à flor da pele, Como uma criança que está perante
Os doces escondidos no armário e aguarda
Porque as mãos recusam, o que a ideia de pecado faz sentir
Deus atrás das latas, Como uma criança que ouve a sua
Estranha respiração enquanto espera.
20/01/2018
© João Tomaz Parreira

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