domingo, 23 de setembro de 2018

AOS AMIGOS


Poeta? Não sou! Pois tudo quanto escrevo em verso
Esvai-se como fumo em sombra de lonjura 
Ou como fogo-fátuo em noite espessa, escura,
E sinto-me em vazio tristemente imerso!

É certo que por todo o vasto Universo
Me lanço com ardor e sempre na procura
De harmonia, de luz, de beleza e de candura,
Que possa traduzir em poema lindo e terso.

Mas ao reler o que traduzo em poesia,
Vejo nesse intenso desejo que me guia,
Uma pálida imagem dum sonho de infância.

Porém... relendo, uma vez mais, o que escrevi,
Talvez eu seja um poeta em musa que sorri
Ao meu gosto secreto duma inata ânsia.


J. Corredeira

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